Essa postagem do meu blog
de julho de 2016 registrou a importância da literatura infantil, algo que moveu
minhas aulas durante o estágio e que continuará fazendo parte do mundo
encantado das crianças, onde registrei:
“Poderíamos
resumir a importância da literatura infantil no fato de que estudos já
comprovaram o quanto ela contribui para o desenvolvimento emocional, social e
cognitivo da criança.
Acredito ser de
estrema importância que nós professores introduzamos na prática pedagógica a
literatura infantil, e que a mesma disponha de informação que venha a
contribuir para o desenvolvimento da criança, estimulando o aluno a buscar
diferentes caminhos para as resoluções de problemas.
Se
levarmos em conta que a escola tem como um de seus papéis fundamentais a formação
da personalidade da criança, a literatura é de extrema importância para
auxiliar nessa construção, pois nela a criança ocupa o espaço privilegiado de
acesso a leitura
É
através da literatura que a criança desperta uma nova relação com diferentes sentimentos
e visões de mundo. Dialogando sobre esse assunto Bettelheim (1980) afirma que a
criança desenvolve por meio da literatura, o potencial crítico e reflexivo.
Afirma que a partir do contato com um texto literário de qualidade, a criança é
capaz de refletir, indagar, questionar, escutar outras opiniões, articular e
reformular seu pensamento.
Na
educação infantil, que é minha área de atuação percebo que para as crianças, a
literatura é tudo na sua vida, pois é através dela que demonstram a sua realidade
em forma de fantasia, através dos desenhos, das brincadeiras, das histórias,
das músicas.”
Foram muitas as histórias contadas e muitas reflexões feitas
onde o aprendizado é algo que fui construindo junto com meus alunos, onde
planejamentos foram mudados e adaptados para melhor aproveitamento como essa observação realizada durante o meu estágio que se referiu ao
comportamento das crianças perante a recontagem da história do quero-quero,
visto que a primeira contagem foi feita com todas as turmas juntas onde usei
fantoches para a contagem, mas estavam agitados e não foi possível prender a
atenção , na segunda recontei usando apenas as imagens do pássaro e fazendo
referências a vida e atitudes das crianças em relação aos colegas, família e
professores, trazer a história para a realidade deles facilitou o entendimento.
Segundo momento que foi
encantador envolvendo a literatura infantil foi a contação da história da
“Cinderela”, onde por sugestão da profe Gládis, esse momento foi usado para
montagem do mural do ajudante do dia, onde os acessórios que serão usados para
identificar os ajudantes serão escolhidos pelas próprias crianças, a contação
foi realizada por mim vestida de fada, essas vestes também encantaram os
pequenos, conforme Abramovich “Chegaram ao seu coração e à sua
mente, na medida exata do seu entendimento, de sua capacidade emocional, porque
continham esse elemento que a fascinava, despertava o seu interesse e
curiosidade, isto é, o encantamento, o fantástico, o maravilhoso, o faz de
conta. (ABRAMOVICH, 1997, p. 37).”
As contribuições da contação de histórias para o processo
de ensino-aprendizagem na educação infantil são visíveis e de grande valia,
pois representam indicadores efetivos para situações desafiadoras para nós
professores e também para as crianças, assim como fortalecem vínculos sociais,
educativos e afetivos, Rodrigues afirma:
“A contação de histórias é
atividade própria de incentivo à imaginação e o trânsito entre o fictício e o
real. Ao preparar uma história para ser contada, tomamos a experiência do
narrador e de cada personagem como nossa e ampliamos nossa experiência
vivencial por meio da narrativa do autor. Os fatos, as cenas e os contextos são
do plano do imaginário, mas os sentimentos e as emoções transcendem a ficção e
se materializam na vida real. (RODRIGUES, 2005, p. 4).”
Fazer uso dessa ferramenta para o desenvolvimento das crianças é
um dos objetivos do projeto, despertando pequenos leitores e estimulando para o
mundo da imaginação, a criatividade, a oralidade e contribui para a formação da
personalidade da criança envolvendo o social e o afetivo. Este momento também
trouxe para mim e minha turma um clima de cumplicidade, transformando a
contação em um importante recurso na formação de futuros leitores.
Referências:
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices.
São Paulo: Scipione, 1997.
RODRIGUES, Edvânia Braz Teixeira. Cultura, arte e contação de
histórias. Goiânia, 2005.