segunda-feira, 2 de julho de 2018

Construção de conhecimento e EJA

     
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      Marta Kohl aborda diferentes questões sobre a construção de conhecimento dos alunos do EJA, onde é necessário refletir sobre a diversidade cultural formada por alunos de diferente faixa etária. Em termos de educação e métodos pedagógicos a diversidade, a especificidade e o conhecimento prévio de cada um é um instrumento que precisa ser explorado e respeitado, como relata Marta:  “Traz consigo uma história mais longa (e provavelmente mais complexa) de experiências, conhecimentos acumulados e reflexões sobre o mundo externo, sobre si mesmo e sobre as outras pessoas”.
       A educação de Jovens e Adultos representa uma possibilidade que pode contribuir para efetivar um caminho e desenvolvimento de todas as pessoas, de todas as idades. Planejar esse processo é uma grande responsabilidade social e educacional, cabendo ao professor no seu papel de mediar o conhecimento, ter uma base sólida de formação.
      O principal objetivo da Educação de Jovens e Adultos é auxiliar cada individuo a tornarem-se aquilo que ele tem capacidade para ser. Também necessário que a escola desenvolva no aluno suas capacidades, em função de novos saberes que se produzem e que demande um novo tipo de profissional, que o educando obtenha uma formação indispensável para o exercício da cidadania, como diz Vygotsky “É na troca com outros sujeitos e consigo mesmo que seus conhecimentos, papéis e funções sociais vão sendo internalizados, possibilitando a construção de novos conhecimentos e o desenvolvimento da personalidade e da consciência”.
Referência:
https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/2406821/mod_resource/content/1/aop937.pdf
https://www.fortaleza.ce.gov.br/images/Educacao/Canal-Geral-da-Prefeitura.jpg



domingo, 1 de julho de 2018

Maquinaria escolar

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No artigo Maquinaria escolar Varela cita: “A universidade e a pretendida eternidade da escola são pouco mais do que ilusão” e nos leva a perceber que a escola é não é algo que sempre existiu, mas é uma construção histórica e inquestionável. A escola como um lugar sociável e de passagem obrigatória para as crianças é uma condição recente.
Conforme pensamento dos autores são cinco instâncias fundamentais para o aparecimento da escola nacional; a definição de um estatuto da infância; a emergência em se ter um espaço específico destinado a educação de crianças; o aparecimento de um corpo de especialistas da infância dotados de tecnologias específicas e de elaborados códigos teóricos; a destruição de outros modos de educação e a instituição propriamente dita da escola. Philippe Ariès, citado pelos autores no texto, afirma que a infância tal como hoje a percebemos, começa-se a configurar fundamentalmente a partir do século XVI e explica o estatuto de infância, relacionando a constituição da infância com as classes sociais, com a emergência da família moderna, e com uma série de práticas educativas, concluindo assim que como a constituição da infância de qualidade aparece estreitamente vinculada à família, praticamente desde seus começos, a da infância necessitada foi em seus princípios o resultado de um programa de intervenção direta do governo, criando as assim as escolas comuns em seu funcionamento sendo um espaço que serve como maquinaria de transformação da juventude, um lugar que muda conforme a qualidade da natureza dos educandos e reformandos que definem as disciplinas, flexibilizam os espaços, enfim, definem o destino dos estudantes, não levando em conta a necessidade da diferença de conteúdos e atividades, mas, também, pela dureza do enclausuramento, o rigor dos castigos, o submetimento às ordens, etc.
           Sobre o aparecimento de um corpo de especialistas da infância dotados de tecnologias específicas e de "elaborados" códigos teóricos, os autores acreditam que são nos colégios que se ensaiarão as formas concretas de transmissão de conhecimentos e de modelação de comportamentos que ao longo de pelo menos dois séculos suporão a aquisição de todo um acúmulo de saberes codificados resultando assim no aparecimento da pedagogia e de seus especialistas que são modelo de mestre, onde além de possuir conhecimentos, só ele tem as chaves de uma correta interpretação da infância assim como do programa que os alunos teriam de seguir para adquirir os comportamentos e os princípios que correspondem à sua idade.  Os novos especialistas recebem agora uma formação controlada pelo Estado e ministrada em instituições especiais, as Escolas Normais. O objetivo primordial é que desempenhem funções de acordo com a nova sociedade em vias de industrialização, em que a posição do professor, as características institucionais da escola obrigatória, os interesses do Estado, os métodos e técnicas de transmissão do saber e o próprio saber escolar contribuam para modelar um novo tipo de indivíduo, desclassificado em parte, dividido, individualizado.
As autores também falam da destruição de outros modos de educação, da destruição e desvalorização de formas de vida diferentes e relativamente autônomas com o aparecimento dos colégios de jesuítas inaugurando uma nova forma de socialização que rompe a relação existente entre aprendizagem e formação, e onde o saber é propriedade pessoal do professor, enfim, o colégio converte-se num lugar no qual se ensina e se aprende um amontoado de banalidades que nada tem haver com a prática. Ele não diz qual delas é a mais viável, apenas apresenta as suas formas.
Para finalizar nos falam da institucionalização propriamente dita da escola, tratam-na como um dispositivo que têm por finalidade educar ao menino trabalhador a obedecer, inculcar-lhe a virtude da obediência e a submissão à autoridade e à cultura legitima inculcar-lhes que o tempo é ouro e o trabalho disciplina e que para serem homens e mulheres de princípios e proveito, têm de renunciar a seus hábitos de classe, etc. Os autores concordam que as quatro questões anteriormente tratadas reorganizam-se, consolidam-se e adquirem novas dimensões com a institucionalização da escola O professor, ao se sentir superior às massas ignorantes, não admitirá sua forma de vida educativa, resultando assim, na incapacidade de se produzir em conseqüência uma relação de igualdade, de entendimento e reforço entre família e escola.
Os autores tendem a todo o momento dizer que a educação é uma luta política e de dominação, onde as classes mais ricas tendem a impor uma dominação disfarçada aos trabalhadores, dominando eles desde a infância, através da escola, que tinha como objetivo a transformação das crianças em futuros trabalhadores assentando-se numa desculpa velada de um pretendido direito: o direito de todos à educação.

 Referência:
http://1.bp.blogspot.com/_eDwLxiF6h2I/SvmIoLipF-I/AAAAAAAAAgg/9xcVX-euE5E/s320/la+maquinaria+escolar.jpg


O construtivismo e sua função educacional


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      O construtivismo tem duas visões opostas, complementares e irredutíveis, para isso temos a tarefa de analisar sua irredutibilidade e sua complementaridade.
       O construtivismo valoriza as ações do sujeito, quando algo é produzido, um conhecimento novo adquirido julga ser importante transmiti-lo para outras e o fazem pela linguagem, o recurso mais poderoso, pois através do mesmo podemos viajar pensar, tirar conclusões e reviver os fatos. Econômico porque através de imagens podemos imaginar oque na realidade durou anos, e analógico porque por meio das fotos, narrativas, descrição, podemos nos apropriar do conteúdo. O mais importante de tudo é a ação de ler e interpretar o texto e absorver oque ele quer transmitir.
    O construtivismo produz um conhecimento com uma perspectiva não formal onde o conhecimento independe do conteúdo, o mesmo passa por um processo de assimilação e acomodação, nada é absorvido de novo. Um exemplo de aprendizagem não construtivista é a cópia de frases, palavras ou letras sem sentido na apropriação da escrita.
    O construtivismo do conhecimento tem pretensão descritiva ou explicativa, mas este conhecimento só tem sentido quando tem ação, mudança, ação que produz este conhecimento, e precisa ser espontânea ou desencadeada e nunca induzida.
     No geral, as escolas são, em sua maioria, não construtivistas, pois o conhecimento é passado dos mais velhos para os “mais novos” por imitação, cópia. Mas esta realidade pode ser mudada, as escolas podem ser construtivistas tendo como ponto de partida a postura do professor, o qual deve saber muito a matéria que vai ensinar, precisa discutir com a criança, entender seu pensamento, fazer perguntas inteligentes e se necessário até sistematizar, o professor precisa dotar-se de materiais alternativos que vão além de livros literários e suas aulas precisam de movimentos, descobertas. A avaliação do professor precisa estar baseada no conjunto da criança e não somente na decoreba.

        De nada adianta uma escola ser dotada de recursos e não haver profissionais dispostos à mudar o modo de ensino.

Referência:

Escolas democráticas utopia ou realidade

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A educação em uma escola democrática possui sala de aula utilizando  diversas fontes muito além das disciplinas acadêmicas tradicionais, a base curricular é integrador, colaborativa, planificadas pelos professores e pelos estudantes.
As escolas democráticas estão inseridas dentro de uma linha chamada de Pedagogia Libertária que se caracteriza por abordar a questão pedagógica diante de uma perspectiva baseada na liberdade e igualdade, eliminando as relações autoritárias presentes no modelo educacional tradicional.
Segundo Luckesi (1994) a pedagogia libertária espera que a escola exerça uma transformação na personalidade dos alunos num sentido libertário e autogestionário. Nesse modelo de escola colocam os alunos como os atores centrais do processo educacional, ao engajar estudantes em cada aspecto das operações da escola, incluindo aprendizagem, ensino e liderança, os alunos são responsáveis pela formação e cumprimento de regras a serem seguidas para um bom funcionamento da escola.  Outro aspecto importante de uma escola democrática é dar aos estudantes a possibilidade de escolher o que querem fazer com seu tempo aprendendo assim a ter iniciativa, também  são incentivados a buscar o conhecimento a partir de seu próprio interesse, iniciativa, ritmo e também são responsáveis pelo desenvolvimento intelectual, sem cobranças autoritárias de quaisquer entidades superiores de ensino. Os conteúdos que devem ser aprendidos costumam estar muito próximos da estrutura cognitiva dos alunos, assim como dos seus interesses e expectativas de conhecimento.  Em nenhum momento há a figura do professor explicando ou anotando algo na lousa para ser copiado pelos alunos, atuam como orientadores e esclarecedores de dúvidas,  Segundo Freire (1991), “a partir do diálogo enfatiza-se a reflexão, a investigação crítica, a análise, a interpretação e a reorganização do conhecimento.
 A estrutura de gestão de uma escola democrática pressupõe a reativação ou mesmo a constituição de mecanismos de participação, a exemplo dos colegiados, que devem assumir funções não apenas de apoio à direção, mas de consulta quanto à sua opinião e participando nas deliberações sobre assuntos que remetam ao cotidiano.. No entanto para que haja a mudança é necessário um grande reconhecimento das condições por todos os envolvidos e um trabalho em equipe com o mesmo objetivo. Pacheco acredita que qualquer escola pode aderir à democratização de seus alicerces, uma vez que alunos, professores e funcionários em geral estiverem abertos e convencidos a contribuírem para a democratização dos alicerces das instituições.

Referência:

https://acasadevidro.files.wordpress.com/2015/08/freire.jpg?w=497

Modelos Pedagógicos e Modelos Epistemológicos

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Posteriormente a leitura do artigo de Becker podemos afirmar que existem três diferentes formas de representar a relação ensino/aprendizagem escolar nomeados como modelos pedagógicos, que são a pedagogia diretiva, pedagogia não-diretiva e a pedagogia relacional.
Inicialmente o autor ressalta o embasamento sobre a pedagogia diretiva e sua epistemologia empírica. Segundo ele essa teoria destaca que o conhecimento não pode ser transmitido, através do meio ambiente, família, percepções, e pelo professor. Somente o professor possui todo o conhecimento e deve transmiti-lo para o aluno que deve permanecer em silêncio, sentado e disciplinado. A sala de aula é o monopólio do professor, o aluno é visto como uma folha em branco, uma tábua rasa, onde o professor é quem deve ensinar tudo o que o aluno necessita aprender, tendo a visão em que o aluno só aprende se o professor ensinar.
Diante disto pode-se dizer que para aprender o aluno deve prestar atenção e repetir quantas vezes for necessário independente dos métodos, o professor é o chefe e nada de pode fugir do seu controle. O professor é o centro e acredita que ele jamais aprenderá com o aluno e o aluno jamais o ensinará.
Na teoria da pedagogia não-diretiva e sua epistemologia apriorística, o professor se torna um auxiliar do aluno, um facilitador; onde é respeitada a carga de saber que o aluno já traz consigo, ele precisa apenas ter a consciência, e organizar esse saber. A interferência do professor deve ser o mínimo possível. Com base nesta teoria acredita-se que aluno aprende por si mesmo, e o professor pode no máximo auxiliar a aprendizagem do aluno, respeitando sua bagagem cultural e seu tempo de desenvolvimento.
Já na teoria da  Pedagogia Relacional e sua epistemologia relacional embasa-se na exploração e questionamentos sobre o conhecimento através de materiais utilizados pelo professor; onde o aluno representa de alguma forma os materiais apresentados de acordo, esses materiais os quais devem ser significantes para os alunos. O aluno só aprende se ele agir e problematizar sua ação assimilando e reagindo a proposta apresentada pelo professor. O professor não acredita no ensino tradicional, pois não acredita em mera transmissão de conteúdos, não acredita que o aluno seja uma folha em branco a ser preenchida. Nesta teoria acredita-se que tudo que o aluno construiu até hoje em sua vida é uma bagagem para alcançar um novo conhecimento, onde a aprendizagem é construção, ação e tomada de consciência.
Sendo assim, conclui-se que existem diferentes modelos pedagógicos cada uma com suas características e particularidades, e que uma proposta pedagógica deve ser construída pensando em uma ação significativa de aprendizagem ao ser humano, visando desenvolver no mesmo condições de tornar-se um individuo pensante, crítico, que, perante cada nova encruzilhada prática ou teórica, pare e reflita, perguntando-se pelo significado de suas ações futuras e, progressivamente, das ações do coletivo onde ele se insere.

Referência:

 http://slideplayer.com.br/10518843/33/images/2/Modelo+Pedag%C3%B3gico+%2B+Concep%C3%A7%C3%A3o+Epistemol%C3%B3gica.jpg

As marcas pedagógicas


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“Nosso ofício carrega uma longa memória...
Prefiro pensar que o aprendizado vem dos primeiros contatos e vivências dos mestres que por longos anos tivemos, desde o maternal. As lembranças dos mestres que tivemos podem ter sido nosso primeiro aprendizado como professores. Suas imagens nos acompanham como as primeiras aprendizagens. [...] Repetimos traços de nossos mestres que, por sua vez, já repetiam traços de outros mestres. Esta especificidade do processo de nossa socialização profissional nos leva a pensar em algumas marcas que carregamos. São marcas permanentes e novas, ou marcas permanentes que se renovam, que se repetem, se atualizam ou superam (Miguel Arroyo,Ofício de Mestre , 2002, p.124).
Fonte: Revista Pátio, Ano I, n° 4, fev./abri. 1998.

Refletir sobre as marcas que as práticas pedagógicas deixaram em nossas vidas e as que queremos deixar na vida dos que passam por nós é algo muito além do que os currículos escolares nos oferecem, é entender, apoiar, valorizar e se colocar no lugar do outro, no lugar das crianças que por muitas vezes vêem em nós o exemplo e a referência para suas vidas.
A sala de aula é um dos espaços privilegiados, onde o conhecimento é construído, compartilhado e reconstruído. Os vínculos estabelecidos entre professor e aluno são muito fortes para o desenvolvimento pessoal e intelectual do aluno. A sala de aula é uma grande rede de interações sociais. E, para que essa organização funcione como instrumento de aprendizagem, é muito importante que haja uma boa comunicação entre o professor e os alunos, onde cabe a nós professores conhecermos nossos alunos, e antes de conhecer, primeiramente devemos gostar de nossos alunos, gostar do nosso ofício. Ensinar não deve ser meramente uma profissão e sim uma vocação, do qual o professor se orgulhe do que faz. A didática parte do espírito do professor. O método da didática define o aprendizado do aluno, pois a educação é intencional. Deste modo, o professor deixa sempre uma marca ao aluno.

Na educação infantil, minha área de atuação, assim como em qualquer ambiente escolar é preciso criar um vínculo com as crianças, usando a  criatividade, a amizade, e os dons para conquistar o aluno. Cada aluno não é mais um número na sala de aula, mas um ser humano abrangente, como necessidades particulares. O professor possui sensibilidade para falar ao coração dos seus alunos. Ensinar é transmitir o que se sabe a quem quer saber, portanto, é dividir a sabedoria. É um gesto de generosidade, humanidade e amor. A relação entre professor e aluno depende, fundamentalmente, do clima estabelecido pelo professor, da relação empática com seus alunos, de sua capacidade de ouvir, refletir e discutir o nível de compreensão dos alunos e da criação das pontes entre o seu conhecimento e o deles.
Referência:
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/didatica.htm
https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcS4mglPN9l_yAtfJ5MD8oEoxfpa5cg8q0Wmiy-lDbrnZRgst7rJZg