sábado, 29 de dezembro de 2018

Fazer a diferença conhecendo e amando nossas crianças

Em minha postagem em novembro de 2015 relatei sobre a importância do abraço, em outras palavras a importância do afeto para a vida pessoal da criança, hoje percebo que muito além e ajudar a criança em relação a seus “problemas” pessoais é de suma importância para seu aprendizado conhecermos cada um em sua singularidade e através do amor mover barreiras.
Assim relatei:
    “Temos em nossa escolinha a terapia do abraço, todos os dias nos abraçamos desejando um bom dia a colega e dizendo que estamos felizes por estar e fazer parte dessa família que é nosso local de trabalho e onde passamos boa parte do tempo.
     Passei  a ter em minha turma um menino cuja mãe colocou na sua ficha de avaliação:" é muito agitado, não respeita regras, enfrenta o pai e a mãe faltando com o respeito, não possui limites", quando ele chegou no primeiro dia a mãe disse , " se precisar pose surrar pois é impossível de lidar", realmente ele não teve problemas com adaptação, entrou na sala e se fez de dono, já bateu em colega, mordeu..., por duas semanas tentamos ensinar sobre limites e respeito, usamos muitas técnicas, e nada deu resultado, quando decidi então fazer com ele a terapia do abraço, só que era várias vezes ao dia, quando ele fazia algo errado eu o abraçava e dizia que estava triste, mas que o amava, que ele era lindo e muito especial, quando ele estava tranquilo eu fazia a mesma coisa falando da minha alegria. Foi uma transformação radical no comportamento, hoje é um dos meninos mais tranquilos e carinhosos que tenho em sala.Aprendi assim que muitas vezes as crianças não possuem tal comportamento por ele não fazer parte da sua rotina.”
Em uma das minhas reflexões em meu estágio registrei sobre uma atividade realizada com as crianças, onde o objetivo era trabalhar autoestima e valorização, a atividade da “caixa de espelhos” foi uma atividade que me levou a ver e ser sensível as emoções de cada criança, e muitas vezes tenho refletido sobre o comportamento das crianças e os motivos que as levam a atitudes de mágoa, raiva, desprezo, e carência, mas fui tocada intimamente com as expressões e relatos recebidos durante a atividade.
     Procurando ressaltar muitas qualidades físicas, de comportamento e da importância que cada um possui na sua singularidade para nós professores, colegas, família e para Deus tentava descrever cada um sem dizer quem era a criança retratada, no momento em que eram convidados a conhecer a criança e viam sua imagem ficavam surpresos, alguns riam timidamente como se sentissem vergonha, conhecendo um pouco do histórico familiar é possível que nunca tivessem ouvido elogios dessa grandeza, quatro deles agradeceram e disseram “eu sabia que era eu”, como íntimos do relato feito, crianças que ouvem dos pais os elogios e estímulos necessários para uma formação de adultos confiantes e seguros, outro menino que sua reação me marcou , foi que ao ver sua imagem começou chorar, e eu perguntei “Você está feliz com quem você está vendo na caixa?” –sim, respondeu ele, e me abraçou. O fato mais triste e de maior reflexão foi a reação de um menino considerado “problema” não só para a escola, mas para a mãe que possui dificuldade com seu comportamento agressivo e sem limites, movido por uma família desestruturada com pai e tios com histórico criminal e de tráfico de drogas, no momento em que viu sua imagem disse que não havia gostado, e eu perguntei o porque não gostou de quem ele viu, e com lágrimas nos olhos me disse “É que eu não sou assim como você falou”, me segurando para não chorar e olhando firmemente para ele repeti todas as qualidades descritas anteriormente e afirmei “Nunca aceite que digam o contrário de você”, sei que talvez essa atividade não faça muita diferença em sua vida agora, mas acredito que um dia ele irá lembrar e fará uso das qualidades que possui e que passam despercebidas pela família que não coloca isso acima e tão pouco  como solução para os problemas que enfrentam.
     Segundo Adriana Aparecida dos Santos em um artigo na Revista Gestão Universitária, no artigo “A Influência da autoestima No Processo de ensino-Aprendizagem Na Educação Infantil” afirma que:
O processo ensino-aprendizagem acontece passo a passo, onde a criança é estimulada a brincar, a interagir com novos amigos e assim começa a ter um  olhar e compreender um ambiente cheio de pessoas diferentes, cada um com o seu modo de ser, de agir. O aluno se sente incentivado para realizar as atividades prescritas e através da ludicidade este processo se torne mais amplo e concreto.
 Segundo  Cavalcanti (2003) a autoestima e a aprendizagem se relaciona de maneira direta uma vez que as dificuldades do aprender podem provocar uma baixa na autoestima e os problemas de baixa valorização pessoal culminam para desajustes e dificuldades de aprendizagem.
Entende-se que a criança ao ter o primeiro contato com a escola, necessita de um olhar que perceba a transposição de casa para a escola podendo influenciar no seu processo de aprendizagem”.
     Desta forma e perante as experiências vividas no cotidiano escolar concluo que é de suma importância conhecer as crianças e seu histórico familiar e cultural, para que seja possível desenvolver estratégias que possam auxiliá-las na sua aprendizagem, com uma troca de apoio entre família e escola, onde um olhar atento do professor pode mudar a história e o futuro de um ser humano vulnerável ao mundo adulto e seus problemas.


O lúdico na infância

Nesta postagem  no blog de 2015 relato que não possuo lembranças da minha alfabetização e sim do tempo em que eu brincava, hoje após o passar de alguns semestres percebi o quanto fui alfabetizada em quanto brincava, sem ter esse entendimento não sabia da grandeza que o brincar possui no desenvolvimento e aprendizado da criança como um todo.
Assim foi o relato no blog:
    “Quando falo em brincar sou remetida as lembranças da minha infância, como faço parte de uma família bem generosa em número de filhos, somos em dez, nunca me faltou companhia e incentivo na hora de brincar, as vezes fico triste quando penso que não tenho lembranças da minha alfabetização, mas sobre brincar e ser criança livre tenho muitas, acredito que seja por isso que não tenho dificuldade em continuar brincando e por isso amar e me identificar tanto com a educação infantil.
    Os estudos nos mostram a importância do lúdico na infância, é por meio das brincadeiras que a criança satisfaz, em grande parte, seus interesses, necessidades e desejos particulares, esta é a maneira mais eficaz de envolver o aluno nas atividades, pois a brincadeira é sua forma de trabalhar, refletir e descobrir o mundo.”
Observando meus alunos enquanto brincam é possível além de ensinar conhecer cada um e identificar diferentes níveis no aprendizado, é brincando que oportunizamos relações sociais e o desenvolvimento cognitivo, através do brincar a criança explora sem medo de ser repreendida se errar, pois não existe erro enquanto brincamos. Adquirir noções de forma e espaço se torna algo prazeroso por não ser nomeado como conteúdo assim com identificar cores, tamanhos e formas.
“Ao brincar, a criança assume papéis e aceita as regras próprias da brincadeira, executando, imaginariamente, tarefas para as quais ainda não está apta ou não sente como agradáveis na realidade.”


Fundamentos da Alfabetização


Esta postagem que segue  fiz em dezembro de 2015, e o que posso dizer é que a prática em sala de aula acompanhada de uma boa reflexão nos ensina as várias formas de alfabetização nas diferentes fases do desenvolvimento da criança.
 “  A interdisciplina Fundamentos da Alfabetização me deu mais visão com relação a prática como alfabetizadora,  o que aprendi e estamos aprendendo abriu novos horizontes. Com relação a aprendizagem  através do lúdico, que se pode sim, por meio de brincadeiras, transmitir conhecimentos a criança, pude ver que a alfabetização  na realidade, começa bem antes da criança frequentar uma escola de ensino fundamental, é brincando que se aprende.
   Como educadores temos o dever de trabalhar para que a alfabetização ocorra com alegria e prazer e assim tornar possível e mais fácil a edificação integral da criança.”
O lúdico e todas suas possíveis ferramentas ensinam e encantam na educação infantil, é possível mostrar coisas novas as crianças de forma agradável, uma dessas formas foi ao trabalhar alimentação saudável no meu estágio levando as crianças a consumirem frutas nunca provadas antes, como relatei em minha reflexão na semana do dia 08 a 11 de outubro “... As crianças dessa faixa etária podem apresentar uma relutância em consumir alimentos novos ou que não fazem parte de sua rotina, para que esse comportamento se modifique, é necessário que a criança prove o alimento em diferentes momentos e diversos tipos de preparação, mesmo que em quantidades mínimas. Somente dessa forma ela conhecerá o sabor do alimento e estabelecerá, assim, seu padrão de aceitação. Podemos observar que as crianças, em sua maioria, não comem frutas, uma das atividades planejadas foi a degustação de frutas, o espetinho de frutas e o sanduíche natural, os quais eram compostos por frutas, legumes e verduras que não temos aceso ao cardápio escolar, o kiwi por exemplo foi uma fruta que ninguém conhecia, mas que toda turma  provou e só dois não gostaram e não quiseram repetir, outra observação de valia foi o fato de que alguns eram convictos em dizer “eu não como e não gosto”, mas após uma conversa e muita imaginação provaram os alimentos, a maioria foi para casa contando que havia comido e tinham gostado, uma mãe na semana seguinte comentou ”em casa ele continua não comendo, porque só o da creche que é bom”, acredito que não é o da escola que é bom e sim a forma que o alimento foi apresentado que faz a diferença na aceitação.
Não somente com a alimentação é assim, mas com todo o aprendizado, ele se dá com melhor ou menor resultado dependendo da forma que é apresentado para as crianças, nós professores podemos fazer da matemática ou da língua portuguesa uma disciplina boa ou não para os nossos alunos dependendo do método que usarmos para fazer essa intermediação.


quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Autonomia na educação infantil
















Essa primeira postagem é do meu blog de dezembro de 2015, Administração simbólica da infância, um tema que trabalhei muito no meu estágio, a autonomia, como cita a postagem:
A autonomia das crianças é defendida, e ao mesmo tempo elas convivem com a “administração simbólica da infância”, que entendo como sendo a restrição do espaço e tempo que coloca as crianças mais tempo sobre o controle direto ou indireto dos adultos, a criança fica situada entre uma autonomia por privação e autonomia por obrigação com condições de acesso e usufruto de direitos sociais. Quem faz isso com as crianças? nós mesmos, todos os dias quando decidimos coisas simples e que nem nos damos conta que anulamos muitas vezes as vontades e o direito das crianças, é de nosso dever tomarmos decisões por elas e com elas quando as mesmas ainda não estão preparadas para tal atitude, como por exemplo: se uma criança que ainda não possui noção do perigo, não é por que ela quer pular da janela vou deixa-lá”
        Mesmo atuando na educação infantil há cinco anos e sempre trabalhando autonomia com as crianças, no meu estágio foi a primeira vez que mudei de forma significativa o meu comportamento e o das crianças para fazer a diferença na autonomia individual de cada um, conforme relatei em minha reflexão semanal: “Dando continuidade ao projeto esta semana foi direcionada a importância da água, aproveitando para trabalhar cores e tamanhos, o que me levou a uma reflexão mais significativa foi  trabalhar a autonomia das crianças no momento de realizar algumas atividades, muitas vezes simples para nós adultos, mas de grande impacto para os pequenos.  
       Algumas mudanças simples como: cada um guarda seu travesseiro, alcança a coberta para a profe, calça seu calçado e nesta semana passaram a se servir e tomar água sozinhos, com copos identificados com um adesivo escolhido por eles e com seu nome, devo confessar que achei que não conseguiriam saber qual era seu copo por terem escolhidos adesivos muito parecidos, mas além de saberem qual o seu sabem dizer qual é o do colega.       Muitas vezes consideramos as crianças tão pequenas e frágeis e esquecemos de avaliar o fato de que elas possam realizar suas próprias tarefas. É importante ressaltar que essa função engloba a memória de trabalho, o raciocínio, a capacidade de resolução de problemas e a flexibilidade de tarefas, bem como na construção da personalidade.
          A autonomia não está somente relacionada à habilidade de fazer as coisas por si, mas também está diretamente ligada ao desenvolvimento da consciência moral, o que possibilita que façam suas próprias escolhas, tomem Segundo Piaget, nos primeiros anos de vida as crianças conferem legitimidade às regras e valores determinados pelos adultos, já que elas mantêm vínculos afetivos com eles, especialmente pais e educadores.  Por isso, durante toda a Educação Infantil é importante encorajar o aluno a realizar pequenas ações individuais e estimulá-lo a se socializar com os colegas.
      É muito importante explicar todas as ações de cuidado e valorizar quando a criança expuser suas preferências, decisões e busquem seus sonhos e desejos.Dessa forma, é possível proporcionar momentos importantes para o desenvolvimento da autonomia e da socialização e despertar nas crianças a consciência de que todos nós temos que exercer o nosso papel de cidadãos na sociedade, começando em casa e na escola.”


segunda-feira, 2 de julho de 2018

Construção de conhecimento e EJA

     
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      Marta Kohl aborda diferentes questões sobre a construção de conhecimento dos alunos do EJA, onde é necessário refletir sobre a diversidade cultural formada por alunos de diferente faixa etária. Em termos de educação e métodos pedagógicos a diversidade, a especificidade e o conhecimento prévio de cada um é um instrumento que precisa ser explorado e respeitado, como relata Marta:  “Traz consigo uma história mais longa (e provavelmente mais complexa) de experiências, conhecimentos acumulados e reflexões sobre o mundo externo, sobre si mesmo e sobre as outras pessoas”.
       A educação de Jovens e Adultos representa uma possibilidade que pode contribuir para efetivar um caminho e desenvolvimento de todas as pessoas, de todas as idades. Planejar esse processo é uma grande responsabilidade social e educacional, cabendo ao professor no seu papel de mediar o conhecimento, ter uma base sólida de formação.
      O principal objetivo da Educação de Jovens e Adultos é auxiliar cada individuo a tornarem-se aquilo que ele tem capacidade para ser. Também necessário que a escola desenvolva no aluno suas capacidades, em função de novos saberes que se produzem e que demande um novo tipo de profissional, que o educando obtenha uma formação indispensável para o exercício da cidadania, como diz Vygotsky “É na troca com outros sujeitos e consigo mesmo que seus conhecimentos, papéis e funções sociais vão sendo internalizados, possibilitando a construção de novos conhecimentos e o desenvolvimento da personalidade e da consciência”.
Referência:
https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/2406821/mod_resource/content/1/aop937.pdf
https://www.fortaleza.ce.gov.br/images/Educacao/Canal-Geral-da-Prefeitura.jpg



domingo, 1 de julho de 2018

Maquinaria escolar

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No artigo Maquinaria escolar Varela cita: “A universidade e a pretendida eternidade da escola são pouco mais do que ilusão” e nos leva a perceber que a escola é não é algo que sempre existiu, mas é uma construção histórica e inquestionável. A escola como um lugar sociável e de passagem obrigatória para as crianças é uma condição recente.
Conforme pensamento dos autores são cinco instâncias fundamentais para o aparecimento da escola nacional; a definição de um estatuto da infância; a emergência em se ter um espaço específico destinado a educação de crianças; o aparecimento de um corpo de especialistas da infância dotados de tecnologias específicas e de elaborados códigos teóricos; a destruição de outros modos de educação e a instituição propriamente dita da escola. Philippe Ariès, citado pelos autores no texto, afirma que a infância tal como hoje a percebemos, começa-se a configurar fundamentalmente a partir do século XVI e explica o estatuto de infância, relacionando a constituição da infância com as classes sociais, com a emergência da família moderna, e com uma série de práticas educativas, concluindo assim que como a constituição da infância de qualidade aparece estreitamente vinculada à família, praticamente desde seus começos, a da infância necessitada foi em seus princípios o resultado de um programa de intervenção direta do governo, criando as assim as escolas comuns em seu funcionamento sendo um espaço que serve como maquinaria de transformação da juventude, um lugar que muda conforme a qualidade da natureza dos educandos e reformandos que definem as disciplinas, flexibilizam os espaços, enfim, definem o destino dos estudantes, não levando em conta a necessidade da diferença de conteúdos e atividades, mas, também, pela dureza do enclausuramento, o rigor dos castigos, o submetimento às ordens, etc.
           Sobre o aparecimento de um corpo de especialistas da infância dotados de tecnologias específicas e de "elaborados" códigos teóricos, os autores acreditam que são nos colégios que se ensaiarão as formas concretas de transmissão de conhecimentos e de modelação de comportamentos que ao longo de pelo menos dois séculos suporão a aquisição de todo um acúmulo de saberes codificados resultando assim no aparecimento da pedagogia e de seus especialistas que são modelo de mestre, onde além de possuir conhecimentos, só ele tem as chaves de uma correta interpretação da infância assim como do programa que os alunos teriam de seguir para adquirir os comportamentos e os princípios que correspondem à sua idade.  Os novos especialistas recebem agora uma formação controlada pelo Estado e ministrada em instituições especiais, as Escolas Normais. O objetivo primordial é que desempenhem funções de acordo com a nova sociedade em vias de industrialização, em que a posição do professor, as características institucionais da escola obrigatória, os interesses do Estado, os métodos e técnicas de transmissão do saber e o próprio saber escolar contribuam para modelar um novo tipo de indivíduo, desclassificado em parte, dividido, individualizado.
As autores também falam da destruição de outros modos de educação, da destruição e desvalorização de formas de vida diferentes e relativamente autônomas com o aparecimento dos colégios de jesuítas inaugurando uma nova forma de socialização que rompe a relação existente entre aprendizagem e formação, e onde o saber é propriedade pessoal do professor, enfim, o colégio converte-se num lugar no qual se ensina e se aprende um amontoado de banalidades que nada tem haver com a prática. Ele não diz qual delas é a mais viável, apenas apresenta as suas formas.
Para finalizar nos falam da institucionalização propriamente dita da escola, tratam-na como um dispositivo que têm por finalidade educar ao menino trabalhador a obedecer, inculcar-lhe a virtude da obediência e a submissão à autoridade e à cultura legitima inculcar-lhes que o tempo é ouro e o trabalho disciplina e que para serem homens e mulheres de princípios e proveito, têm de renunciar a seus hábitos de classe, etc. Os autores concordam que as quatro questões anteriormente tratadas reorganizam-se, consolidam-se e adquirem novas dimensões com a institucionalização da escola O professor, ao se sentir superior às massas ignorantes, não admitirá sua forma de vida educativa, resultando assim, na incapacidade de se produzir em conseqüência uma relação de igualdade, de entendimento e reforço entre família e escola.
Os autores tendem a todo o momento dizer que a educação é uma luta política e de dominação, onde as classes mais ricas tendem a impor uma dominação disfarçada aos trabalhadores, dominando eles desde a infância, através da escola, que tinha como objetivo a transformação das crianças em futuros trabalhadores assentando-se numa desculpa velada de um pretendido direito: o direito de todos à educação.

 Referência:
http://1.bp.blogspot.com/_eDwLxiF6h2I/SvmIoLipF-I/AAAAAAAAAgg/9xcVX-euE5E/s320/la+maquinaria+escolar.jpg


O construtivismo e sua função educacional


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      O construtivismo tem duas visões opostas, complementares e irredutíveis, para isso temos a tarefa de analisar sua irredutibilidade e sua complementaridade.
       O construtivismo valoriza as ações do sujeito, quando algo é produzido, um conhecimento novo adquirido julga ser importante transmiti-lo para outras e o fazem pela linguagem, o recurso mais poderoso, pois através do mesmo podemos viajar pensar, tirar conclusões e reviver os fatos. Econômico porque através de imagens podemos imaginar oque na realidade durou anos, e analógico porque por meio das fotos, narrativas, descrição, podemos nos apropriar do conteúdo. O mais importante de tudo é a ação de ler e interpretar o texto e absorver oque ele quer transmitir.
    O construtivismo produz um conhecimento com uma perspectiva não formal onde o conhecimento independe do conteúdo, o mesmo passa por um processo de assimilação e acomodação, nada é absorvido de novo. Um exemplo de aprendizagem não construtivista é a cópia de frases, palavras ou letras sem sentido na apropriação da escrita.
    O construtivismo do conhecimento tem pretensão descritiva ou explicativa, mas este conhecimento só tem sentido quando tem ação, mudança, ação que produz este conhecimento, e precisa ser espontânea ou desencadeada e nunca induzida.
     No geral, as escolas são, em sua maioria, não construtivistas, pois o conhecimento é passado dos mais velhos para os “mais novos” por imitação, cópia. Mas esta realidade pode ser mudada, as escolas podem ser construtivistas tendo como ponto de partida a postura do professor, o qual deve saber muito a matéria que vai ensinar, precisa discutir com a criança, entender seu pensamento, fazer perguntas inteligentes e se necessário até sistematizar, o professor precisa dotar-se de materiais alternativos que vão além de livros literários e suas aulas precisam de movimentos, descobertas. A avaliação do professor precisa estar baseada no conjunto da criança e não somente na decoreba.

        De nada adianta uma escola ser dotada de recursos e não haver profissionais dispostos à mudar o modo de ensino.

Referência:

Escolas democráticas utopia ou realidade

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A educação em uma escola democrática possui sala de aula utilizando  diversas fontes muito além das disciplinas acadêmicas tradicionais, a base curricular é integrador, colaborativa, planificadas pelos professores e pelos estudantes.
As escolas democráticas estão inseridas dentro de uma linha chamada de Pedagogia Libertária que se caracteriza por abordar a questão pedagógica diante de uma perspectiva baseada na liberdade e igualdade, eliminando as relações autoritárias presentes no modelo educacional tradicional.
Segundo Luckesi (1994) a pedagogia libertária espera que a escola exerça uma transformação na personalidade dos alunos num sentido libertário e autogestionário. Nesse modelo de escola colocam os alunos como os atores centrais do processo educacional, ao engajar estudantes em cada aspecto das operações da escola, incluindo aprendizagem, ensino e liderança, os alunos são responsáveis pela formação e cumprimento de regras a serem seguidas para um bom funcionamento da escola.  Outro aspecto importante de uma escola democrática é dar aos estudantes a possibilidade de escolher o que querem fazer com seu tempo aprendendo assim a ter iniciativa, também  são incentivados a buscar o conhecimento a partir de seu próprio interesse, iniciativa, ritmo e também são responsáveis pelo desenvolvimento intelectual, sem cobranças autoritárias de quaisquer entidades superiores de ensino. Os conteúdos que devem ser aprendidos costumam estar muito próximos da estrutura cognitiva dos alunos, assim como dos seus interesses e expectativas de conhecimento.  Em nenhum momento há a figura do professor explicando ou anotando algo na lousa para ser copiado pelos alunos, atuam como orientadores e esclarecedores de dúvidas,  Segundo Freire (1991), “a partir do diálogo enfatiza-se a reflexão, a investigação crítica, a análise, a interpretação e a reorganização do conhecimento.
 A estrutura de gestão de uma escola democrática pressupõe a reativação ou mesmo a constituição de mecanismos de participação, a exemplo dos colegiados, que devem assumir funções não apenas de apoio à direção, mas de consulta quanto à sua opinião e participando nas deliberações sobre assuntos que remetam ao cotidiano.. No entanto para que haja a mudança é necessário um grande reconhecimento das condições por todos os envolvidos e um trabalho em equipe com o mesmo objetivo. Pacheco acredita que qualquer escola pode aderir à democratização de seus alicerces, uma vez que alunos, professores e funcionários em geral estiverem abertos e convencidos a contribuírem para a democratização dos alicerces das instituições.

Referência:

https://acasadevidro.files.wordpress.com/2015/08/freire.jpg?w=497

Modelos Pedagógicos e Modelos Epistemológicos

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Posteriormente a leitura do artigo de Becker podemos afirmar que existem três diferentes formas de representar a relação ensino/aprendizagem escolar nomeados como modelos pedagógicos, que são a pedagogia diretiva, pedagogia não-diretiva e a pedagogia relacional.
Inicialmente o autor ressalta o embasamento sobre a pedagogia diretiva e sua epistemologia empírica. Segundo ele essa teoria destaca que o conhecimento não pode ser transmitido, através do meio ambiente, família, percepções, e pelo professor. Somente o professor possui todo o conhecimento e deve transmiti-lo para o aluno que deve permanecer em silêncio, sentado e disciplinado. A sala de aula é o monopólio do professor, o aluno é visto como uma folha em branco, uma tábua rasa, onde o professor é quem deve ensinar tudo o que o aluno necessita aprender, tendo a visão em que o aluno só aprende se o professor ensinar.
Diante disto pode-se dizer que para aprender o aluno deve prestar atenção e repetir quantas vezes for necessário independente dos métodos, o professor é o chefe e nada de pode fugir do seu controle. O professor é o centro e acredita que ele jamais aprenderá com o aluno e o aluno jamais o ensinará.
Na teoria da pedagogia não-diretiva e sua epistemologia apriorística, o professor se torna um auxiliar do aluno, um facilitador; onde é respeitada a carga de saber que o aluno já traz consigo, ele precisa apenas ter a consciência, e organizar esse saber. A interferência do professor deve ser o mínimo possível. Com base nesta teoria acredita-se que aluno aprende por si mesmo, e o professor pode no máximo auxiliar a aprendizagem do aluno, respeitando sua bagagem cultural e seu tempo de desenvolvimento.
Já na teoria da  Pedagogia Relacional e sua epistemologia relacional embasa-se na exploração e questionamentos sobre o conhecimento através de materiais utilizados pelo professor; onde o aluno representa de alguma forma os materiais apresentados de acordo, esses materiais os quais devem ser significantes para os alunos. O aluno só aprende se ele agir e problematizar sua ação assimilando e reagindo a proposta apresentada pelo professor. O professor não acredita no ensino tradicional, pois não acredita em mera transmissão de conteúdos, não acredita que o aluno seja uma folha em branco a ser preenchida. Nesta teoria acredita-se que tudo que o aluno construiu até hoje em sua vida é uma bagagem para alcançar um novo conhecimento, onde a aprendizagem é construção, ação e tomada de consciência.
Sendo assim, conclui-se que existem diferentes modelos pedagógicos cada uma com suas características e particularidades, e que uma proposta pedagógica deve ser construída pensando em uma ação significativa de aprendizagem ao ser humano, visando desenvolver no mesmo condições de tornar-se um individuo pensante, crítico, que, perante cada nova encruzilhada prática ou teórica, pare e reflita, perguntando-se pelo significado de suas ações futuras e, progressivamente, das ações do coletivo onde ele se insere.

Referência:

 http://slideplayer.com.br/10518843/33/images/2/Modelo+Pedag%C3%B3gico+%2B+Concep%C3%A7%C3%A3o+Epistemol%C3%B3gica.jpg

As marcas pedagógicas


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“Nosso ofício carrega uma longa memória...
Prefiro pensar que o aprendizado vem dos primeiros contatos e vivências dos mestres que por longos anos tivemos, desde o maternal. As lembranças dos mestres que tivemos podem ter sido nosso primeiro aprendizado como professores. Suas imagens nos acompanham como as primeiras aprendizagens. [...] Repetimos traços de nossos mestres que, por sua vez, já repetiam traços de outros mestres. Esta especificidade do processo de nossa socialização profissional nos leva a pensar em algumas marcas que carregamos. São marcas permanentes e novas, ou marcas permanentes que se renovam, que se repetem, se atualizam ou superam (Miguel Arroyo,Ofício de Mestre , 2002, p.124).
Fonte: Revista Pátio, Ano I, n° 4, fev./abri. 1998.

Refletir sobre as marcas que as práticas pedagógicas deixaram em nossas vidas e as que queremos deixar na vida dos que passam por nós é algo muito além do que os currículos escolares nos oferecem, é entender, apoiar, valorizar e se colocar no lugar do outro, no lugar das crianças que por muitas vezes vêem em nós o exemplo e a referência para suas vidas.
A sala de aula é um dos espaços privilegiados, onde o conhecimento é construído, compartilhado e reconstruído. Os vínculos estabelecidos entre professor e aluno são muito fortes para o desenvolvimento pessoal e intelectual do aluno. A sala de aula é uma grande rede de interações sociais. E, para que essa organização funcione como instrumento de aprendizagem, é muito importante que haja uma boa comunicação entre o professor e os alunos, onde cabe a nós professores conhecermos nossos alunos, e antes de conhecer, primeiramente devemos gostar de nossos alunos, gostar do nosso ofício. Ensinar não deve ser meramente uma profissão e sim uma vocação, do qual o professor se orgulhe do que faz. A didática parte do espírito do professor. O método da didática define o aprendizado do aluno, pois a educação é intencional. Deste modo, o professor deixa sempre uma marca ao aluno.

Na educação infantil, minha área de atuação, assim como em qualquer ambiente escolar é preciso criar um vínculo com as crianças, usando a  criatividade, a amizade, e os dons para conquistar o aluno. Cada aluno não é mais um número na sala de aula, mas um ser humano abrangente, como necessidades particulares. O professor possui sensibilidade para falar ao coração dos seus alunos. Ensinar é transmitir o que se sabe a quem quer saber, portanto, é dividir a sabedoria. É um gesto de generosidade, humanidade e amor. A relação entre professor e aluno depende, fundamentalmente, do clima estabelecido pelo professor, da relação empática com seus alunos, de sua capacidade de ouvir, refletir e discutir o nível de compreensão dos alunos e da criação das pontes entre o seu conhecimento e o deles.
Referência:
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/didatica.htm
https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcS4mglPN9l_yAtfJ5MD8oEoxfpa5cg8q0Wmiy-lDbrnZRgst7rJZg

sexta-feira, 29 de junho de 2018

Consciência fonológica


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 “A consciência fonológica é a capacidade de segmentar de modo consciente as palavras em suas menores unidades, em sílabas e em fonemas. Considerada habilidade metalinguística de tomada de consciência das características formais da linguagem, é compreendida em dois níveis, sendo eles: a consciência de que a língua falada pode ser segmentada em unidades distintas, ou seja, a frase pode ser segmentada em palavras, as palavras em sílabas e as sílabas em fonemas e que palavras são constituídas por sequências de sons e fonemas representados por grafemas.” Portal da educação.
A capacidade de refletir e compreender  a estrutura sonora das palavras é uma habilidade que se desenvolve gradualmente à medida que a criança adquire conhecimentos e constrói suas aprendizagens.
A alfabetização exige recursos e caminhos para nossas crianças se apropriarem e desenvolverem as habilidades de percepção, discriminação auditiva, bem como a composição gráfica de grafema=fonema,há algumas crianças que exigem mais tempo, mais treino, mais observação, mais contato com material de estimulação manual, visual e de letramento.
Deste modo no processo de alfabetização nos anos iniciais requer que a consciência fonológica seja trabalhada de forma lúdica para que favoreça o desenvolvimento no indivíduo das habilidades de percepção e manipulação da estrutura sonora das palavras. Por não ser algo homogêneo, a consciência fonológica apresenta diferentes níveis, ou seja, o nível da consciência de palavras que formam a frase, o da consciência de sílabas e, posteriormente, a consciência de fonemas. Cada um deles pode contribuir para o desenvolvimento dos outros, que por sua vez irão repercutir no aprendizado da leitura e da escrita. Existem muitas maneiras de estimular a consciência fonológica, mas, se o processo for lúdico, o resultado será mais satisfatório.
Uma das técnicas que pode ser usada e que normalmente surge com bastante facilidade para a maioria das crianças são as atividades com rimas. Por isso, os jogos com rimas são uma excelente iniciação à criação da consciência fonológica. Por direcionar a atenção das crianças às semelhanças e diferenças entre sons das palavras, esses jogos são uma forma útil de desenvolver a percepção de que a língua não tem apenas significado e mensagem, mas também uma forma física.


Referência:
                          https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/nutricao/o-que-e-consciencia-fonologica/45447
https://4.bp.blogspot.com/_vya0ijL2gm4/Sji7qW2QcfI/AAAAAAAAAJQ/pRGExZXaYu8/s400/imagem+rela%C3%A7%C3%A3o+reciproca+CF+e+LE.bmp

Teorias sobre construção de conhecimento e aquisição de linguagem

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As aulas do PEAD nos mostraram várias teorias envolvendo construção do conhecimento e aquisição da linguagem, esse aprendizado me aproxima das crianças facilitando a compreensão das fases podendo contribuir de forma mais eficaz nessa construção.
Vejamos as principais:
Piaget
*Conforme a teoria de Piaget o indivíduo passa por várias etapas de desenvolvimento cognitivo ao longo da sua vida. O desenvolvimento e o conhecimento se da através do equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, resultando em adaptação. Segundo Piaget, o ser humano assimila os dados que obtém do exterior, mas uma vez que já tem uma estrutura mental que não está "vazia", precisa adaptar esses dados à estrutura mental já existente. O processo de modificação de si próprio é chamado de acomodação. Este esquema revela que nenhum conhecimento nos chega do exterior sem que sofra alguma alteração pela nossa parte. Ou seja, tudo o que aprendemos é relacionado com aquilo que já tínhamos aprendido.
*A visão cognitivista construtivista (Piaget) entende a aquisição da linguagem como dependente do desenvolvimento da inteligência da criança. Sob esse ponto de vista, a linguagem surge quando a criança desenvolve a função simbólica. É necessária a mediação do outro entre a criança e o mundo, porém a criança não espera passivamente o conhecimento, mas constrói tal conhecimento a partir das relações estabelecidas através dessa mediação.
Vygotsky
*Vygotsky mostra que o desenvolvimento e o conhecimento se dá de fora para dentro. Para ele a aprendizagem da criança antecede a entrada na escola e que o aprendizado escolar produz algo novo no desenvolvimento infantil, evidenciando as relações interpessoais. A aprendizagem e a aquisição do conhecimento acontecem em todo lugar. O processo de formação de pensamento é despertado e acentuado pela vida social e pela constante comunicação que se estabelece entre crianças e adultos, a qual permite a assimilação da experiência de muitas gerações. A linguagem intervém no processo de desenvolvimento intelectual da criança desde o nascimento. 
* Vygotsky considera os fatores sociais, comunicativos e culturais para aquisição da linguagem, estudando as características da fala dos adultos. Segundo esse ponto de vista teórico a interação social e a troca comunicativa são pré-requisitos básicos para aquisição da linguagem. Nessa perspectiva, a linguagem é atividade constitutiva do conhecimento de mundo e a criança se constrói como sujeito. Sem linguagem, o ser humano não é social, nem histórico, nem cultural.
Skinner
*De acordo com a teoria de Skinner a aprendizagem ocorre através de estímulos e reforços, de modo que se torna mecanizada onde os alunos recebem passivamente o conhecimento do professor. Em sua visão, conhecida como Behaviorismo, os comportamentos são obtidos pelo reforço - estímulo do comportamento desejado
*De acordo com o ponto de vista behaviorista, espera-se que a criança adquira um comportamento verbal por meio da observação, da imitação de adultos, das outras crianças e por meio da manipulação dos dados externos
Chomsky
*Chomsky foi o criador do módulo lingüístico chamado Faculdade da Linguagem, onde defende em sua teoria que a língua é um fenômeno exclusivo da espécie humana (tipo particular de estrutura e organização mental).Existe um módulo lingüístico na mente, constituído de princípios responsáveis pela formação e compreensão das expressões lingüísticas, especialmente dedicadas à língua.Essa faculdade é inata (todos os seres humanos nascem dotados dela) e é parte da dotação genética da espécie humana
Wallon
*Na concepção de Wallon a afetividade e as emoções são atributos inseparáveis no desenvolvimento racional e cognitivo. Wallon se refere ao homem em seu desenvolvimento como um ser geneticamente social e estuda a criança e a divisão entre o saber e o sentir na infância e suas implicações nas relações com o meio, defendendo em sua teoria a expressividade postural do sujeito como um “sinal” do que possivelmente pode estar gerando impacto em sua aprendizagem. A Afetividade e a cognição são elementos segundo o autor inseparáveis na formação psíquica do ser humano, uma vez que ambos participam de seu processo de desenvolvimento.
*A obra Walloniana afirma que a emoção se entrelaça com a afetividade e a inteligência e passa a ser desta forma, também, e essencialmente, um fator significativo na convivência do sujeito, se tornando assim um elemento fundamental de compreensão para a formação de educadores.


Referências:
https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQ6rpDwfPfQBoJen2ZVqp_5MFD0ra0KZXda2LbfD73jIzG3aIwixg
https://moodle.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=1466982
https://moodle.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=1466983
https://moodle.ufrgs.br/mod/resource/view.php?id=1503041
https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/2440538/mod_resource/content/1/aula%204%20completa.pdf

Teoria de Wallon


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Iniciar os estudos sobre as teorias de Wallon é algo de muita valia para mim, pois como trabalho com Educação Infantil, por muitas vezes sou remetida a situações corriqueiras em sala de aula. Como diz o autor :“Uma educação comprometida com uma agenda reflexiva busca ampliar e resgatar os fundamentos da razão formativa, a saber: a humanização. Isso implica novos desafios para educação e para escola.”
Na concepção tradicional de ensino, a afetividade e as emoções sempre foram colocadas em segundo plano diante dos atributos cognitivos e racionais, já Wallon se refere ao homem em seu desenvolvimento como um ser geneticamente social e estuda a criança e a divisão entre o saber e o sentir na infância e suas implicações nas relações com o meio, defendendo em sua teoria a expressividade postural do sujeito como um “sinal” do que possivelmente pode estar gerando impacto em sua aprendizagem. Para tanto, partimos da hipótese de que a afetividade se constitui um elemento inseparável da inteligência no desenvolvimento do sujeito.
Grande valia a teoria de Wallon trás para a formação docente e o papel do professor na formação e na aprendizagem dos alunos. A Afetividade e a cognição são elementos segundo o autor inseparáveis  na formação psíquica do ser humano, uma vez que ambos participam de seu processo de desenvolvimento, por isso da importância de entender essa teoria para melhor compreendermos o dia a dia das relações escolares.
De acordo com a teoria de Wallon, tanto a afetividade como a cognição, nascem de bases orgânicas, obtendo multiplicidade na relação com o meio, ou seja, o desenvolvimento caminha organicamente e socialmente. Para ele, a afetividade e a cognição sempre estarão em movimento, oscilando diante das aprendizagens que o sujeito inserir no decorrer de sua vida. Nesse modo de ver, ambas estão interligadas de tal maneira que essa relação interfere e determina o desenvolvimento da inteligência e a formação psíquica de um sujeito na infância. Portanto, é nesse sentido que a obra Walloniana afirma que a emoção se entrelaça com a afetividade e a inteligência e passa a ser desta forma, também, e essencialmente, um fator significativo na convivência do sujeito, se tornando assim um elemento fundamental de compreensão para a formação de educadores. Conforme cita:
“[...] a emoção estabelece, pois, as bases da inteligência; se identifica com o seu desenvolvimento próximo, a afetividade, surge como condições para toda e qualquer intervenção sobre aquela. Nesse sentido, o autor caracteriza a emoção como fator principal para o desenvolvimento da criança, bem como para a formação do indivíduo e sua personalidade em meio a seu meio social. A emoção, segundo Dantas (1992, p. 85) é simultaneamente social e biológica em sua natureza, pois realiza a transição entre o estado orgânico do ser e a sua etapa cognitiva, racional, que só pode ser atingida através da mediação cultural, isto é, social.”
Nesse sentido, pensar e refletir a Educação, conforme as contribuições da teoria de Wallon,significa superar uma visão fragmentada acerca das contradições existentes no sistema educacional atual que, por sua vez, insistem em classificar separadamente o saber e sentir no processo de desenvolvimento de um sujeito. Sendo que uma vez identificadas tais contradições por nós professores nos permite perceber que o processo educativo deve formar pessoas respeitando seu desenvolvimento e suas emoções.

Referências:
https://image.slidesharecdn.com/henriwallon-apresentao-110510091433-phpapp02/95/henri-wallon-e-sua-teoria-7-728.jpg?cb=1305360030