Iniciar
os estudos sobre as teorias de Wallon é algo de muita valia para mim, pois como
trabalho com Educação Infantil, por muitas vezes sou remetida a situações
corriqueiras em sala de aula. Como diz o autor :“Uma educação
comprometida com uma agenda reflexiva busca ampliar e resgatar os fundamentos
da razão formativa, a saber: a humanização. Isso implica novos desafios para
educação e para escola.”
Na
concepção tradicional de ensino, a afetividade e as emoções sempre foram
colocadas em segundo plano diante dos atributos cognitivos e racionais, já Wallon
se refere ao homem em seu desenvolvimento como um ser geneticamente social e
estuda a criança e a divisão entre o saber e o sentir na infância e suas
implicações nas relações com o meio, defendendo em sua teoria a expressividade
postural do sujeito como um “sinal” do que possivelmente pode estar gerando
impacto em sua aprendizagem. Para tanto, partimos da hipótese de que a
afetividade se constitui um elemento inseparável da inteligência no
desenvolvimento do sujeito.
Grande
valia a teoria de Wallon trás para a formação docente e o papel do professor na
formação e na aprendizagem dos alunos. A Afetividade e a cognição são elementos
segundo o autor inseparáveis na formação
psíquica do ser humano, uma vez que ambos participam de seu processo de
desenvolvimento, por isso da importância de entender essa teoria para melhor
compreendermos o dia a dia das relações escolares.
De
acordo com a teoria de Wallon, tanto a afetividade como a cognição, nascem de
bases orgânicas, obtendo multiplicidade na relação com o meio, ou seja, o
desenvolvimento caminha organicamente e socialmente. Para ele, a afetividade e a cognição
sempre estarão em movimento, oscilando diante das aprendizagens que o sujeito
inserir no decorrer de sua vida. Nesse modo de ver, ambas estão interligadas de
tal maneira que essa relação interfere e determina o desenvolvimento da
inteligência e a formação psíquica de um sujeito na infância. Portanto, é nesse
sentido que a obra Walloniana afirma que a emoção se entrelaça com a
afetividade e a inteligência e passa a ser desta forma, também, e
essencialmente, um fator significativo na convivência do sujeito, se tornando
assim um elemento fundamental de compreensão para a formação de educadores.
Conforme cita:
“[...] a
emoção estabelece, pois, as bases da inteligência; se identifica com o seu
desenvolvimento próximo, a afetividade, surge como condições para toda e
qualquer intervenção sobre aquela. Nesse sentido, o autor caracteriza a emoção
como fator principal para o desenvolvimento da criança, bem como para a
formação do indivíduo e sua personalidade em meio a seu meio social. A emoção,
segundo Dantas (1992, p. 85) é simultaneamente social e biológica em sua
natureza, pois realiza a transição entre o estado orgânico do ser e a sua etapa
cognitiva, racional, que só pode ser atingida através da mediação cultural,
isto é, social.”
Nesse
sentido, pensar e refletir a Educação, conforme as contribuições da teoria de
Wallon,significa superar uma visão fragmentada acerca das contradições
existentes no sistema educacional atual que, por sua vez, insistem em classificar
separadamente o saber e sentir no processo de desenvolvimento de um sujeito. Sendo
que uma vez identificadas tais contradições por nós professores nos permite perceber
que o processo educativo deve formar pessoas respeitando seu desenvolvimento e
suas emoções.
Referências:
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