Em minha postagem em
novembro de 2015 relatei sobre a importância do abraço, em outras palavras a
importância do afeto para a vida pessoal da criança, hoje percebo que muito
além e ajudar a criança em relação a seus “problemas” pessoais é de suma
importância para seu aprendizado conhecermos cada um em sua singularidade e
através do amor mover barreiras.
Assim relatei:
“Temos em nossa
escolinha a terapia do abraço, todos os dias nos abraçamos desejando um bom dia
a colega e dizendo que estamos felizes por estar e fazer parte dessa família
que é nosso local de trabalho e onde passamos boa parte do tempo.
Passei a ter em minha turma um menino cuja mãe colocou na sua ficha de avaliação:" é muito agitado, não respeita regras, enfrenta o pai e a mãe faltando com o respeito, não possui limites", quando ele chegou no primeiro dia a mãe disse , " se precisar pose surrar pois é impossível de lidar", realmente ele não teve problemas com adaptação, entrou na sala e se fez de dono, já bateu em colega, mordeu..., por duas semanas tentamos ensinar sobre limites e respeito, usamos muitas técnicas, e nada deu resultado, quando decidi então fazer com ele a terapia do abraço, só que era várias vezes ao dia, quando ele fazia algo errado eu o abraçava e dizia que estava triste, mas que o amava, que ele era lindo e muito especial, quando ele estava tranquilo eu fazia a mesma coisa falando da minha alegria. Foi uma transformação radical no comportamento, hoje é um dos meninos mais tranquilos e carinhosos que tenho em sala.Aprendi assim que muitas vezes as crianças não possuem tal comportamento por ele não fazer parte da sua rotina.”
Passei a ter em minha turma um menino cuja mãe colocou na sua ficha de avaliação:" é muito agitado, não respeita regras, enfrenta o pai e a mãe faltando com o respeito, não possui limites", quando ele chegou no primeiro dia a mãe disse , " se precisar pose surrar pois é impossível de lidar", realmente ele não teve problemas com adaptação, entrou na sala e se fez de dono, já bateu em colega, mordeu..., por duas semanas tentamos ensinar sobre limites e respeito, usamos muitas técnicas, e nada deu resultado, quando decidi então fazer com ele a terapia do abraço, só que era várias vezes ao dia, quando ele fazia algo errado eu o abraçava e dizia que estava triste, mas que o amava, que ele era lindo e muito especial, quando ele estava tranquilo eu fazia a mesma coisa falando da minha alegria. Foi uma transformação radical no comportamento, hoje é um dos meninos mais tranquilos e carinhosos que tenho em sala.Aprendi assim que muitas vezes as crianças não possuem tal comportamento por ele não fazer parte da sua rotina.”
Em uma das minhas
reflexões em meu estágio registrei sobre uma atividade realizada com as
crianças, onde o objetivo era trabalhar autoestima e valorização, a atividade da “caixa de espelhos” foi uma atividade que me levou a
ver e ser sensível as emoções de cada criança, e muitas vezes tenho refletido
sobre o comportamento das crianças e os motivos que as levam a atitudes de
mágoa, raiva, desprezo, e carência, mas fui tocada intimamente com as
expressões e relatos recebidos durante a atividade.
Procurando ressaltar muitas
qualidades físicas, de comportamento e da importância que cada um possui na sua
singularidade para nós professores, colegas, família e para Deus tentava
descrever cada um sem dizer quem era a criança retratada, no momento em que
eram convidados a conhecer a criança e viam sua imagem ficavam surpresos,
alguns riam timidamente como se sentissem vergonha, conhecendo um pouco do
histórico familiar é possível que nunca tivessem ouvido elogios dessa grandeza,
quatro deles agradeceram e disseram “eu sabia que era eu”, como íntimos do
relato feito, crianças que ouvem dos pais os elogios e estímulos necessários
para uma formação de adultos confiantes e seguros, outro menino que sua reação
me marcou , foi que ao ver sua imagem começou chorar, e eu perguntei “Você está
feliz com quem você está vendo na caixa?” –sim, respondeu ele, e me abraçou. O
fato mais triste e de maior reflexão foi a reação de um menino considerado “problema”
não só para a escola, mas para a mãe que possui dificuldade com seu
comportamento agressivo e sem limites, movido por uma família desestruturada
com pai e tios com histórico criminal e de tráfico de drogas, no momento em que
viu sua imagem disse que não havia gostado, e eu perguntei o porque não gostou
de quem ele viu, e com lágrimas nos olhos me disse “É que eu não sou assim como
você falou”, me segurando para não chorar e olhando firmemente para ele repeti
todas as qualidades descritas anteriormente e afirmei “Nunca aceite que digam o
contrário de você”, sei que talvez essa atividade não faça muita diferença em
sua vida agora, mas acredito que um dia ele irá lembrar e fará uso das
qualidades que possui e que passam despercebidas pela família que não coloca
isso acima e tão pouco como solução para os problemas que enfrentam.
Segundo
Adriana Aparecida dos Santos em um artigo na Revista Gestão Universitária, no
artigo “A Influência da autoestima No Processo de ensino-Aprendizagem Na
Educação Infantil” afirma que:
“O processo ensino-aprendizagem acontece passo a passo, onde a
criança é estimulada a brincar, a interagir com novos amigos e assim começa a
ter um olhar e compreender um ambiente cheio de pessoas diferentes, cada
um com o seu modo de ser, de agir. O aluno se sente incentivado para realizar
as atividades prescritas e através da ludicidade este processo se torne mais
amplo e concreto.
Segundo Cavalcanti (2003) a autoestima e a
aprendizagem se relaciona de maneira direta uma vez que as dificuldades do
aprender podem provocar uma baixa na autoestima e os problemas de baixa
valorização pessoal culminam para desajustes e dificuldades de aprendizagem.
Entende-se que a criança ao ter o primeiro contato com a escola,
necessita de um olhar que perceba a transposição de casa para a escola podendo
influenciar no seu processo de aprendizagem”.
Desta forma e perante as
experiências vividas no cotidiano escolar concluo que é de suma importância
conhecer as crianças e seu histórico familiar e cultural, para que seja
possível desenvolver estratégias que possam auxiliá-las na sua aprendizagem,
com uma troca de apoio entre família e escola, onde um olhar atento do
professor pode mudar a história e o futuro de um ser humano vulnerável ao mundo
adulto e seus problemas.