Fazer o mapeamento da turma que atuo com certeza foi
ir ao encontro da história da escola e sua cultura, ressaltando que a cultura diz respeito a um
conjunto de hábitos, comportamentos, valores morais, crenças e símbolos, dentre
outros aspectos mais gerais, como forma de organização social, política e
econômica que caracterizam uma sociedade. Por isso as informações que procurei
obter sobre as crianças falam sim de cada um em particular, dados que os
diferenciam em sala de aula, mas que também desmitificam uma história de preconceito
que envolve a escola como um todo, um processo histórico responsável pelas
diferenças entre as escolas de educação infantil, tão marcante é essas
diferenças que o projeto da escola neste ano de 2017 foi “DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: BUSCANDO
UM NOVO OLHAR SOBRE AS DIFERENÇAS”, onde encontramos neste projeto uma
observação que diz “Como nossa Escola está sendo vista como uma “Escola velha” , gostaríamos
de mudar esta visão e de torná-la uma Escola popular, agradável, que os pais
sentissem prazer em deixar seus filhos. Para tanto faremos atividades para
darmos um “up” na Escola e a tornarmos mais conhecida e popular.”
O bairro
onde a escola se localiza foi criado para tirar os focos de pobreza da cidade e
concentrar todos no mesmo lugar gerando mão de obra barata para a indústria,
para favorecer as mães que trabalhavam foi criada a creche do bairro, por isso
ficou conhecida como a creche velha (por ser uma das primeiras construídas ) e
por ser a creche dos pobres e negros. Hoje o município trabalha com as vagas
nas escolas de educação infantil com fila única e não por zoneamento como
funciona nas escolas de ensino fundamental, mas esse preconceito até hoje vem
sendo motivo de pais não aceitarem que seus filhos frequentam a escola do bairro, o mapeamento da turma mostra a diversidade que compõe a escola.
Alguns dados que me chamaram bastante atenção
e que gostaria de enfatizar é a igualdade na porcentagem quanto ao número de
crianças residentes no bairro onde a escola se localiza e crianças de outros
bairros da cidade, mostrando a mudança no projeto inicial da escola, outro dado
que pode ser um dos desmistificadores do preconceito que esta é uma escola de
pobres e negros é o número baixo de famílias que recebem a bolsa família e o
número de 1% de crianças de pele mulata ou negra e 9% são de pele branca.
Conhecer dados das crianças nos aproxima mais de cada uma e da escola como um
todo, informações que podem com certeza serem usadas em projetos desenvolvidos
com a turma ,mas também com toda comunidade escolar.
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